terça-feira, 4 de junho de 2013

Saudade dos tempos da jabuticabeira...



    Hoje acordei com saudade do cheiro de mato molhado. Aquele que vinha do quintal quando minha mãe banhava as plantas. As jabuticabeiras, estufadas, sorriam para mim e, lá do alto, o tempo era lento e delicioso. Tempo de pensar em nada, de ficar no barro, de olhar as formigas trabalhando, de contar causos, de sonhar... Tudo era leve e surpreendente. Os planos do futuro eram construídos na "cabaninha" feita com cobertores embaixo da parreira. Às vezes, adormecia ali mesmo e, no dia seguinte, tudo recomeçava felizmente.
    O abacateiro, que certa vez minha avó havia plantado, permanecia fiel às goiabeiras frondosas até a morte. E o doce de laranja? Ai que delícia, bastava colher, adoçar e ser criança... Parecia que tudo era tão simples e eterno...
   Agora, no local, há apenas um estacionamento e o tempo adormecido, que vez ou outra desperta a saudade da criança que era feliz e sabia.

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